quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Revendo.

Raízes do Brasil.
Sérgio Burque de Holanda.

Capítulo 2 - Trabalho & Aventura. (Esta letra "&" significa junção, junção de duas coisas que estão em mútua sintonia).
"Essa exploração dos trópicos não se processou, em verdade, por um empreendimento metódico e racional, não emanou de uma vontade construtora e energética: fez-se antes com desleixo e certo abandono."

O Aventureiro: "seu ideal será colher o fruto sem plantar a árvore; Ignora fronteiras, onde quer que se erija um obstáculo a seus propósitos ambiciosos, sabe transformar esse obstáculo em trampolim".
O Trabalhador: " é aquele que enxerga primeiro a dificuldade a vencer, não triunfo a alcançar a alcançar. Sabe tirar o máximo proveito do insignificante. A parte maior que o todo".

"O trabalhador terá por imorais e detestáveis as qualidades próprias do aventureiro- audácia, imprevidência, irresponsabilidade, instabilidade, vagabundagem. Já para os aventureiros, os esforços sem perspectiva de rápido proveito material passam, ao contrário, por viciosos e desprezíveis para eles".
"Entre esses dois tipos não há, em verdade, tanto uma oposição absoluta como uma incompreensão radical. Ambos participam, em maior ou menor grau, de múltiplas combinações e é claro que, em estado puro, nem o aventureiro, nem o trabalhador possuem existência real fora do mundo das idéias (Nota-se a análise de cunho weberiana). Mas também não há dúvidas que os dois conceitos nos ajudam a situar e a melhor ordenar nosso conhecimento dos homens e dos conjuntos sociais". 

"A ânsia de prosperidade sem custo, de títulos honoríficos, de posições e riquezas fáceis, tão notoriamente característica da gente de nossa terra, não é bem uma das manifestações mais cruas do espírito de aventura?"
"O gosto da aventura teve influência decisiva em nossa vida nacional".
"O que o português vinha buscar era, sem dúvida, a riqueza, mas a riqueza que custa ousadia, não a riqueza que custa trabalho".
"Nossos colonizadores eram, antes de tudo, homens que sabiam repetir o que estava feito ou o que lhes ensinara a rotina".(Nestes termos, Buarque irá trabalhar com a idéia de Plasticidade Social, sendo os portugueses o exemplo dessa plasticidade, onde souberam adaptar-se ao que estava posto, sem fazer tanto um uso de uma energia sistemática e paciente).  

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